terça-feira, 12 de abril de 2016

Ação de formação:Cócegas na mente - Literatura infantil como nutrição



















AA18

Cócegas na mente - Literatura infantil como nutrição

FORMADOR

Elvira Cristina Silva
Bacharel em educação de infância. Mestre em educação especial é nesta valência que atualmente trabalha. Pós Graduada em livro infantil e uma paixão enorme pelo mundo da arte… faz das histórias o ingrediente de vida a par do ensino adora devorar livros. São deles que saem as cócegas na mente que originam as histórias que conta e as que inventa.
LOCAL
Lisboa, sede da APEI

DESTINATÁRIOS

Educadores de infância e professores do 1º CEB *

MODALIDADE

Curso

CALENDARIZAÇÃO

28, 30 de junho; 5, 7, 12, 14 de julho, horário: 17h/19h30; 2, 9 de julho, horário: 9h/14h

Nº DE HORAS

25

UNIDADES DE CRÉDITO

1

REGISTO DE ACREDITAÇÃO

ACC - 74457/13 - Área de Formação: A

CONTEÚDOS

- Tipologia de livros: Escolher que livros e porquê?
- Desenvolvimento da criança/Importância dos livros para a infância no desenvolvimento;
- Critérios de seleção de livros. Como se escolhem os livros;
- Promoção da Leitura/Mediação leitora/Animação à leitura – Práticas de atividades;
- As expressões globalizantes no desenvolvimento da criança no universo do livro infantil. 
http://apei.pt/formacao/plano-formacao/index.php?idf=568

ficha de inscrição: http://apei.pt/formacao/ficha-inscricao/

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Instantes Inclusivos ... por um lugar para todos


No trâmite de livros que abordam a diferença, sabendo-se, à priori, que esta faz parte da heterogeneidade do ser humano e tendo o objetivo de se considerarem de leitura acessível para todos, abordo, desta vez, mais um conjunto de livros.

No primeiro caso, livros que incluem DVD com Língua Gestual Portuguesa. Todos da autora/ilustradora Marta Morgado, da Surd'Universo: uma editora para surdos, com livraria online (http://surduniverso.pt/) que disponibiliza materiais sobre a surdez, sendo as fundadoras da editora, Marta Morgado (Surda e professora de LGP) e Mariana Martins (professora de Português).


Em 2007 publicam “Mamadu – o herói surdo”
Conta o percurso de uma criança que, para frequentar uma escola em Portugal, tem que se privar de viver com a família na Guiné. 
O personagem principal, Mamadu, será ele próprio transformador da vida de outras crianças ao tornar-se professor no regresso à terra natal. 
O livro inclui DVD com a estória em LGP e ainda oito relatos de surdos que viajaram de África para estudar numa escola de surdos. Uma união bem conseguida de texto e imagem, pautando-se esta por pintura em papéis texturados, num equilíbrio harmonioso de espaçamento para a apresentação de texto. 

Em 2009, “Sou Asas” conta a estória de Joana, criança surda que frequenta uma escola de ouvintes e a sua passagem para a aprendizagem de Língua Gestual. O livro inclui DVD com estória em LGP.

Em 2012 “Luanda Lua”, a personagem de narrador autodiegético e omnisciente é feita através de uma cadela adoptada por uma família que vai crescendo. 
Baseada em factos reais, o fio condutor da narrativa foca a questão da parentalidade em famílias com duas mães. Um testemunho inclusivo em vários domínios, onde os afectos são a fonte da inclusão plena. Focando a vida privada da autora, o que se constitui já como um ato de ousadia, tem o mérito de alertar a sociedade para a diversidade nos seus múltiplos aspetos. Ilustração de técnica mista, com uma apresentação bastante coesa e ritmada na utilização dos materiais a par da narrativa. Inclui DVD com a história contada em LGP (versão áudio e com opções áudio e legendas) tendo de fundo as páginas correspondentes).

                     

Em outubro de 2013, numa coleção intitulada Mãos de encantar, título de coleção exclusiva para a autora Paula Teixeira (interprete de Língua Gestual Portuguesa), é publicado “O som das cores” com ilustrações de Rita Correia (a ilustradora deste ano da revista Educação Inclusiva).

A personagem Mariana é amiga de Tomás, uma criança cega, para quem vai arranjar modo de fazer sentir o som das cores. Ao longo do livro, estas são mencionadas nas ilustrações em língua gestual portuguesa (LGP). O livro contém os abecedários em LGP e uma página em Braile. Inclui um DVD com o vídeo da música original feita a partir da história. O DVD funciona também como audiolivro, pois a história é contada em LGP e sonorizada.

No segundo título da coleção, a Mariana e o Tomás apresentam a Carolina, a menina que anda de cadeira de rodas. Este livro possui imagens de animais e respetiva leitura em braile. Inclui DVD com estória, música, números, animais e explicação da construção de dobragem de uma flor de papel.
Ambos os livros apresentam um texto um pouco extenso. O segundo livro aparenta ser mais apelativo junto das crianças, talvez pela relação que estabelece com os animais. 
Em ambos apresenta-se a biografia da autora, face a essa opção, peca pela ausência de biografia da ilustradora o que constituiria um pormenor de equilíbrio na coleção. Na ilustração de Rita Correia predomina a aguarela e graffiti em papel texturado e composição digital.


Na sequência da coleção “Meninos Especiais” da Associação Pais em Rede, foram apresentados, no mês de novembro de 2015, os três novos títulos da coleção, dando, assim, continuidade aos anteriores seis títulos publicados (já abordados no número anterior da Revista Inclusiva), onde os personagens principais das estórias espelham uma viagem por cada criança real com determinada problemática e a dinâmica na respetiva família. Os autores e ilustradores convivem com cada família e seu quotidiano, materializando-os.

Só o texto de Isabel Minhós Martins: “O fácil que é difícil e o difícil que é fácil” ilustrado por Vasco Gargalo, com base num caso real de Síndrome de Asperger, assenta num texto fictício, assegurando desse modo o anonimato do personagem, bem como da família. A ilustração apresenta formas geometrizadas com nivelamento tanto a nível anatómico como da palete de cores.  A narrativa apresenta uma cadência sucessiva dos acontecimentos do quotidiano de Eduardo de uma forma humorística.


Cinco dedos de uma mão” de Rita Ferro, ilustrado por Rita Roquette de Vasconcelos, numa ilustração que assenta em contornos a preto, excessivamente limpa, sem texturas, de cores planas ausentes de sombras, espelha a estória do Miguel que tem Síndrome de Morsier e conta a narrativa afetiva da família. O título remete para o número de elementos da família, numa abordagem metafórica da diferença de todos os dedos que temos da mão (onde se incluem os pais, o irmão Marcelo que apresenta diagnóstico de hipertividade e défice de atenção e ainda o irmão mais novo, recém chegado à família) .
Que aventura ser Matilde” aborda a doença raríssima de Síndrome de Pitt-Hopkins. O texto de Rui Zink dá voz à personagem principal, numa narração enquanto observador de um quotidiano prático, convertendo-o num realismo mágico. A ilustração de Paula Delecave faz uma abordagem que lembra a série canadiana de animação “Angela Anaconda” quer na utilização de recorte de fotos da protagonista como da palete de cores escolhida. 
Em todos os livros, o objetivo comum de identificar características que espelham a diferença do ser humano. A normalidade é um mito e a diversidade uma constante. Todos nós, sem exceção, apresentamos fraquezas ou fragilidades, a par das características comuns. 


Realidades que se patenteiam nestes livros que pretendem promover a inclusão social, numa procura de contrariar o estigma da diferença olhando e respeitando o outro nas suas peculiaridades, num direito claro que todos temos. A simplicidade de olhar o outro, porque as diferenças existem e é necessário respeitá-las.  

Elvira Cristina Silva

(dezembro 2015) - páginas 33-34) 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A História de Ferdinando


 
A História de Ferdinando
Munro Leaf (Texto)
Robert Lawson (Ilustração)
Carla Maia de Almeida (tradução)
Kalandraka (2016)
 





Um clássico de 1936 recentemente editado pela Kalandraka. Prova de que bons livros permanecem sempre atuais.  
Esta é a obra mais conhecida do autor americano Munro Leaf, cujas ilustrações, a preto e branco, cheias de pormenor com alguma proximidade ao cartoon, realizadas por caneta de aparo, subsistem às da época de seu lançamento. Segundo consta, a ideia inicial foi uma encomenda do próprio ilustrador a Munro Leaf.

Em 1938, a Walt Disney produz a curta-metragem realizada por Dick Rickard, adaptando a referida estória, tendo sido aquela premiada com um Óscar.

O livro foi lançado originalmente antes da eclosão da Guerra Civil Espanhola, tendo sido proibida a sua publicação em diversos países, considerado como ideologia não grata. Em Espanha, país onde decorre a narrativa, foi proibida por ser considerada uma crítica à referida Guerra. Na Alemanha nazi, Hitler ordenou que fosse queimada.

A mensagem deste livro contudo é simples e sempre atual. Referências à individualidade, promove ideias pacifistas, contando a estória do personagem principal que prefere as coisas simples da vida ao invés de lutar. Contrariando o expectável num touro, o seu anseio é viver em paz, em contacto com a beleza e tranquilidade da natureza bucólica.

Censurado por uns, elogiado por outros, esta obra com várias traduções, foi selecionada como um dos dez clássicos em prol da paz e da tolerância pela Internationale Jugend Bibliothe.

É um livro de referência na prosa poética, com um subtil toque de humor em defesa do pacifismo, da individualidade e da diferença por oposição à cumplicidade coletiva da espécie humana face à violência.  
 
 
 
Elvira Cristina Silva
 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Gigante Gigantão


Gigante Gigantão

Pedro Jardim

Ilustração: Raquel Pinheiro

Edições Livro Direto (2015-2ª Edição)







Gigante Gigantão é o segundo livro infantil de Pedro Jardim, ilustrado por Raquel Pinheiro.

Na senda do primeiro livro, "O Dragão Rouxinol" (Alfarroba -2013), o personagem principal é um ser solitário, diferente, e que na sua aparência constituiu um perigo para os outros.

Contudo, contrariamente ao preconceito, estes personagens são especiais. Neste caso, um gigante (com mais de cinco metros), diferente dos demais, não consegue ser assustador nem resmungão é, por isso, expulso da aldeia onde vive.

De forma simples, com algumas expressões caricatas, a estória sucede-se para um desfecho em aberto permitindo ao leitor o desenlace final. A abordagem à diferença e à rejeição com teor a apelar para a necessidade de mudança e da aceitação do outro, convicção de que a diferença pode ser sinal de aproximação.

 A ilustração constitui-se numa base de linha manual, sendo-lhe inserida posteriormente a pintura digital com acrescento de texturas e composição final digital, remetendo para uma paleta caraterística da ilustradora com rostos que nos parecem familiares de outras das suas ilustrações e que acompanham os sucessivos acontecimentos narrativos.  

A fechar a história, existe ainda uma canção para gigantes e anões puderem realizar a catarse de um grito, senão assustador, pelo menos ritmado: "Ba! Boo!! Buuu!!!"

Elvira Cristina Silva

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Elvira & Cª :" A última das Guerras" na Casa do Coreto

 Assinalando o 98º aniversário da Batalha de La Lys, no Centenário da I GG
Elvira &
apresenta na Casa do Coreto
a sessão de contos: " A última das Guerras"

 
1914-1918, foi a guerra para acabar com todas guerras. Mas afinal foi mais uma entre outras. 
Partindo de vários textos sobre tema tão delicado, a Guerra, o objetivo é realçar a crueza de tempos idos, à luz dos tempos atuais e verificar se a diferença é assim tão notória.
Duração ≈ 60 minutos
(vídeo em: http://goo.gl/DIVnQg )