"Um, dois, três, conta lá outra vez!”
Danuta Wojciechowska.
Caminho (2013)
Depois do já conhecido “O que se vê no A, B, C”, Danuta
Wojciechowska, a autora/ilustradora tem um novo livro: “1, 2, 3, conta lá outra
vez!”
Poderia julgar-se, que depois de um abecedário,
agora contempla-nos com um livro sobre os números.
Mas é muito mais que isso. São números,
universais, que se apresentam em diferentes línguas (português, inglês, italiano, francês, alemão e em chinês (mandarim).
Para além disso servem para contar histórias e cada um desses números encerra
ele próprio, outras histórias, narrativas que se multiplicam para além da
leitura do algarismo, do seu significado e da leitura do universo que nos rodeia,
situação que nos remete logo nas guardas para o infinito sideral.
As ilustrações de
Danuta, facilmente reconhecíveis na intensidade de cores a que já nos habituou,
surgem agora neste livro ao lado de novos registos gráficos que irão certamente surpreender mas igualmente
admirar, entre a sobreposição de
formas, transparências e movimentos, cada número remete
para uma simbologia própria com referências a um mundo que também é o das
histórias. É neste jogo de ilustração com
os números (que estão por todo o lado,
desde a natureza ao nosso próprio corpo) que se introduzem novas histórias e
enredos que permitem uma descoberta constante que pode ser lida e relida por qualquer
um de nós em qualquer idade. Após uma descoberta inicial, o apelo para uma nova
redescoberta será de novo solicitado, a par com o seu título: conta lá outra
vez.
Nas
coisas simples de todos os dias, os números apresentam-se com significados e narrativas
que nos ajudam não só a contemplar o mundo como a compreendê-lo melhor. A
expressividade do individuo, a dualidade, numa atenta descoberta constante,
este livro, revela curiosidades matemáticas e outros mistérios que nos permitem
descobertas através dos algarismos
escondidos, surpreendendo constantemente, apelando à simbologia e à imaginação.
Tal como os números, as possibilidades de leitura deste livro são infinitas, invocando
os nossos sentidos.
Pela parte que me diz
respeito, estou desde já inteiramente seduzida, ou melhor será dizer,
completamente apaixonada.
Sim,
por que é possível apaixonar-mo-nos por livros, vocês, não?
Elvira Cristina Silva
in: CEI 100
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