A leitura da
capa não é logo fácil, (remete para uma técnica surpresa já usada no "O
meu nome é...") mas a autora já nos habituou a ter que pensar para
entender os seus livros e faz muito bem.
Numa sociedade fast, é
premente questionarmos o que levamos desta vida, questionar cada coisa e não
aceitar logo à partida como dado adquirido.
Este livro
remete-nos para a natureza, a floresta, o inóspito que pode ao inicio
intimidar, mas que nos encaminha também para a descoberta, atendendo a que
devemos ser curiosos, aventureiros, superando os nossos próprios medos.
Nas guardas
estamos já emersos no escuro e detectamos (se estivermos atentos) uma tomada de
eletricidade. Porque para iluminar precisamos de luz… luz eléctrica!
Será?
Semear para
colhermos, ou utilizando o provérbio: “Colhemos o que semeamos”, deste modo
semeamos para iluminar o caminho que traçamos nas nossa vidas, caminho
iluminado por música, por liberdade, por leitura, por ideias. Ideias luminosas,
porque para iluminar a vida, convém saber escolher o que mais precisamos no
nosso percurso. Sempre acompanhado do outro, respeitando-o, sem elitismo nem
preconceitos. O outro com que partilhamos este lugar, a natureza e os animais.
É com o outro que a autora/ilustradora se envolve, quando no livro incluí a colaboração
das crianças que participaram com desenhos de pedras. Pedras,
sim! É com elas que se faz o caminho, que se constroem pontes.
Um livro que
aparentemente, não possui uma narrativa, um conto, facto ou acontecimento. Mas
é só em sentido figurado, porque a narrativa existe e está permanentemente nas
questões mais significativas das nossas vidas. Os momentos, as escolhas,as
coisas mais significativas na vida, que afinal não se compram e estão ao cesso
de todos. A valorização do que temos ao nosso redor e em nós próprios.
Um livro de
capa escura pode assustar, dizia o convite para a apresentação deste livro.
Duvido, porque nele reside a magia dos livros e de quem os lê, eu diria mais, a
magia da vida. E esta infelizmente não é infinita, por isso mesmo há que
iluminá-la com o que considerarmos ser o mais adequado.
Eu, pessoalmente,
entre outras coisas, ilumino-me de livros e sempre acreditei que isso orientaria
a minha vida. Com eles tenho vivido momentos únicos e foi através deles
que tenho conhecido pessoas fantásticas, uma delas, obviamente, foi a Rita, pessoa
com quem nutro um entendimento, de certo modo simbiótico no modo de ver a
vida.
E a vossa, palavra, qual é? Decerto a
podem encontrar na guarda final deste livro. Mas antes de aí chegar, muito mais poderão encontrar porque este é um livro iluminado de ideias.
Elvira Cristina Silva
pode ver mais em: http://ilumina-livro.blogspot.pt/2017/05/lancamento.html
Sugestão de leitura Nl ProInclusão nº 113- dez 2017 - pág. 8
Sugestão de leitura Nl ProInclusão nº 113- dez 2017 - pág. 8
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