Marco Taylor talvez seja um nome ainda pouco conhecido do grande público, mas
já tem editado um trabalho muito significativo. Professor de Educação Visual e
Educação Tecnológica é autor/ilustrador dos seus livros. Livros que não são
lineares na mensagem a transmitir mas que nos incitam a refletir sobre o
significado da mensagem implícita.
Rosinda é o
último dos seus livros. De ilustração claramente simples, contrariando a vaga
de ilustração que ultimamente predomina na publicação de livro infantil, de
cores básicas e intensas, claras e de paleta uniforme. As ilustrações de Marco
Taylor de cores quentes, pastéis remetem, em toda a narrativa para a nostalgia
do tempo, desde logo anunciado nas guardas. A narrativa não textual é
apresentada numa visão quase cinematográfica onde a ilustração fala por si mas
que possibilita leituras diversificadas conforme o olhar do leitor. O único
elemento textual que nos é dado a conhecer é o nome da personagem evidente no
título: Rosinda.
Rosinda nasceu
sem pressa de chegar. Onde quer que vá chega atrasada. Sem pressa vive a sua
vida, contemplando o que a rodeia, as pequenas coisas, a natureza.
Cresce com o tempo a rodar, mas
sem pressa de partir, saboreia o estar, contemplando a vida, devagar.
O fim há-de chegar um dia, como
chega sempre. Impaciente, a morte desespera aguardando o desfecho anunciado,
enquanto a Rosinda, obviamente sem pressa irá um dia encontrar-se com o fim.
Porque afinal este livro é sobre o
tempo e o que fazemos dele.
Elvira Cristina Silva
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