domingo, 25 de junho de 2017

Rosinda


Marco Taylor talvez seja um nome ainda pouco conhecido do grande público, mas já tem editado um trabalho muito significativo. Professor de Educação Visual e Educação Tecnológica é autor/ilustrador dos seus livros. Livros que não são lineares na mensagem a transmitir mas que nos incitam a refletir sobre o significado da mensagem implícita.


Rosinda é o último dos seus livros. De ilustração claramente simples, contrariando a vaga de ilustração que ultimamente predomina na publicação de livro infantil, de cores básicas e intensas, claras e de paleta uniforme. As ilustrações de Marco Taylor de cores quentes, pastéis remetem, em toda a narrativa para a nostalgia do tempo, desde logo anunciado nas guardas. A narrativa não textual é apresentada numa visão quase cinematográfica onde a ilustração fala por si mas que possibilita leituras diversificadas conforme o olhar do leitor. O único elemento textual que nos é dado a conhecer é o nome da personagem evidente no título: Rosinda.
Rosinda nasceu sem pressa de chegar. Onde quer que vá chega atrasada. Sem pressa vive a sua vida, contemplando o que a rodeia, as pequenas coisas, a natureza.
Cresce com o tempo a rodar, mas sem pressa de partir, saboreia o estar, contemplando a vida, devagar.
O fim há-de chegar um dia, como chega sempre. Impaciente, a morte desespera aguardando o desfecho anunciado, enquanto a Rosinda, obviamente sem pressa irá um dia encontrar-se com o fim.

Porque afinal este livro é sobre o  tempo e o que fazemos dele.


Elvira Cristina Silva





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