segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Ilustrarte quase a chegar

            

Já se sabe quem venceu a Ilustrarte 2016…

Violeta Lopiz 1
 
… foi a ilustradora espanhola Violeta Lópiz, com trabalhos para o livro Amigos do Peito, com texto de Cláudio Thebas e editado em Portugal pela Bruaá (2014).
Espreitem o processo criativo do livro aqui.
 
Violeta Lopiz 2  Violeta Lopiz 3
As menções especiais foram para a ilustradora belga Ingrid Godon
Ingrid Godon 1
… o ilustrador espanhol Jesus Cisneros
Jesus Cisneros 1
… e a ilustradora italiana Claudia Palmarucci.
Claudia Palmarucci 1
 
Ju Godinho e Eduardo Filipe, os comissários, informam que participaram nesta 7.ª edição mais de 1700 ilustradores de 72 países e que entre os 50 seleccionados estão os portugueses Catarina Sobral, Joana Estrela Barbosa, Teresa Lima e Daniel Moreira.
 
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A exposição da Bienal Internacional de Ilustração para a Infância 2016 tem data marcada para dia 21 de Janeiro de 2016 no Museu da Electricidade em Lisboa (Central Tejo, Av. Brasília). Mais pormenores no site da Ilustrarte. (Tomara que chegue Janeiro!)
 
in: Letra pequena (10 dezembro 2015)
 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Pato Amarelo e o Gato Riscado

O Pato Amarelo e o Gato Riscado
Manuela Castro Neves (texto) e Madalena Matoso (Ilustração)
Caminho (2015)




“O pato amarelo e o gato riscado” é o terceiro livro desta dupla (autora/ilustradora), na mesma editora.
Em 2009 publicaram “Um Elefante Diferente (que espantava toda a gente), em 2012, “Uma Cadela Amarela e vários amigos dela”. O imaginário do mundo dos animais, na proximidade dos comportamentos humanos, numa abordagem à diferença.
Narrativas para ler com tempo e saborear o encadeamento ritmado das mesmas, precedendo ou acompanhando o desejo do leitor em encontrar uma solução final.
Característica peculiar da autora, utiliza uma vez mais, as rimas, de vocabulário diversificado no efeito cumulativo da narrativa, potenciadora de novos relatos através das peripécias vividas pelos personagens.
Nesta obra, um gato e um pato conhecem-se numa Festa Outonal dos Animais. Numa abordagem lúdica mas também pedagógica, ao contrário dos humanos, as diferenças de ambos não impedem que se tornem amigos. Os opostos convergem para o complemento de cada um.
Uma estória que centraliza a resolução de problemas ao longo de uma caminhada até ao desfecho ansiado. Nessa caminhada, o desfile de personagens adensa o valor significativo do contributo individual no apaziguar do desconforto e solidão impotente do personagem. Contributos sempre gorados, em grande parte pela presença humana, em contraste com o final, onde uma criança é a libertadora do suspense acumulado.
A ilustração identificável de Madalena Matoso, vive de um contraste de cores e formas, onde o preto e branco se cruzam com uma paleta predominantemente de cores quentes (com exceção do azul), que vai acompanhando o busílis da narrativa, sempre debaixo de chuva, numa composição bidimensional, apresentando um nivelamento tanto no preenchimento como na forma. A par de um texto denso, a técnica mista de recortes/traço/manchas recortadas que precederam a composição digital final, induzem à textura de muitos pormenores a descobrir.  
As guardas do livro remetem para um padrão, pegadas do pato ou ramos de árvores, numa mistura de cores básicas (azul, amarelo e vermelho), numa composição abstrata de possíveis leituras, desde a introdução à temática da viagem dos personagens, mas pode ser também o conjunto de caminhos ou trilhos, apelando ao percurso emaranhado do trajeto ou ainda para a mescla de cores que se sucedem ao longo da obra.   
Um casamento coerente entre texto e ilustração de um mundo ficcional, a amizade de um pato e um gato, onde os sentimentos e apegos, receios e aventuras constituem-se como o mote para a leitura do mundo real que se deseja mais inclusivo.


Elvira Cristina Silva