sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Ilustração: da arquitetura ao livro infantil


No dia 14 de janeiro, às 15h, estarei no Museu do Carmo à conversa sobre ilustração com Susana André e Gabriela Sotto Mayor. 
Uma honra estar a moderar esta conversa. 
Estão desde já convidados. Apareçam.  


Entrada livre
Serviço Educativo do Museu Arqueológico do Carmo
Largo do Carmo
1200-092 Lisboa
21 347 86 29/ 21 346 04 73 / 93 255 96 36

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

DEU-ME O NOME LIBERDADE O AVÔ AGOSTINHO DA SILVA


DEU-ME O NOME
LIBERDADE
O AVÔ AGOSTINHO DA SILVA
Arquivo (2016)




Editado pelo Arquivo-Bens Culturais,  Deu-me O Nome LIBERDADE  o Avô Agostinho da Silva, com texto de Patrícia Martins e ilustrações de Tenório, é o livro que dá a conhecer aos mais novos a vida do citado pensador.
Através do seu olhar observador, o gato, personagem protagonista, logo bem evidente na capa, é o peculiar guia da narrativa que acompanha o percurso da vida e do pensamento do homem a quem se deseja prestar homenagem. O personagem, baptizado com o nome de Liberdade, duplo sentido claro, está, para o sinónimo da autonomia felina e obviamente, também humana, conceito que o pensador tanto prezava como essencial para a felicidade individual.
Em forma de rima, o texto elucida os leitores mais novos, sem deixar de enternecer adultos reflexivos sobre o posicionamento individual do Ser. Numa paleta de cores neutra de técnica mista, com soltas e livres perspetivas que distorcem o real, a ilustração condensa e alarga num só plano a mensagem, numa perfeita consonância entre ambas, na explanação de cada página. Congruência logo evidenciada na capa, ao nível intertextual.
Uma janela aberta ao pensamento e de incentivo para um maior conhecimento sobre o filósofo pensador, que reputava mais importante o Ser do que o Ter.


Elvira Cristina Silva

in: Newsletter Pró-Inclusão (Nov 2016) pág. 9


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Chez moi

  



“Chez moi”
Davide Cali (Texto)
Sébastien Mourrain (Ilustração)
Actes Sud júnior (2016)








Davide Cali, é um autor sobejamente conhecido. Publicado por diversas editoras em Portugal, tendo já participado no ano passado num Colóquio sobre Livro Infantil, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian.
Com o seu habitual humor peculiar e um forte sentido de observação sobre o mundo que nos rodeia, oferece-nos continuamente um sentido critico e reflexivo sobre as peculiares atitudes do ser humano sem desapego face aos sentimentos, oferecendo ao leitor um olhar com diferentes camadas diversificadas de leitura.
O livro de grande formato (25×32 cm), possibilita o olhar arejado e pormenorizado sobre as ilustrações coloridas de Sébastien Mouurrain, em muitos casos de página dupla, explorando a dimensão dos diversos ambientes da narrativa.
Chez moi” (traduzindo para português: Em casa) remete para o lugar onde nos encontramos connosco próprios, pode não ser a casa que habitamos como morada, mas aquele lugar onde nos sentimos serenos e confiantes. Na busca desse lugar, parte o personagem principal, um jovem rapaz que vive numa pequena aldeia onde praticamente nada acontece. De morada em morada, por opção própria ou em virtude do trabalho e da especificidade deste, muitos são os paradeiros do personagem.
Crendo, por vezes, que nesses paradeiros se encontra “em casa”, depressa se instala a necessidade da busca de um outro lugar, muitas vezes em contraste ao desejo inicial.
Ao longo do percurso da vida do personagem, retrato de muitos de nós, ao longo do desenvolvimento humano, na permanente necessidade de mudança e na procura da identidade, nem sempre o local onde habitamos nos agrada ou se ajusta convenientemente. Em muitos casos acontece, necessitamos dar a volta ao mundo, simplesmente, para voltar ao sitio de onde partimos.
Em alguns lugares de França sinto-me “Chez moi”,  foi, num desses locais especiais que me cruzei com este livro, curiosamente imprimido, imagine-se, em Portugal. O espelho da vida onde a circularidade das estórias se retrata.

Elvira Cristina Silva
in: Newsletter Pró-Inclusão nº 102; (outubro 2016). pág. 6