sábado, 14 de maio de 2016

“História verdadeira e triste de SEIS HOMENS que procuravam a paz”

“História verdadeira e triste de SEIS HOMENS que procuravam a paz
David Mckee
Nuvem de letras (2016)


David Mckee é sobejamente conhecido pela obra de Elmer, o elefante colorido inspirado na obra de Paul Klee.
“História verdadeira e triste de SEIS HOMENS que procuravam a paz”  foi escrita em 1972. Quarenta e quatro anos depois chega finalmente a Portugal numa edição da Nuvem de Letras. Caso para dizer, mais vale tarde do que nunca. 
Um livro, infelizmente sempre atual pela temática que aborda. A busca utópica da paz. É assim que tudo começa. E parece simples, porque a paz, aparentemente é fácil de encontrar, um lugar onde se vive, se constroem casas e se enriquece.  Só que ironicamente, quando se enriquece teme-se o perigo e a busca da paz torna-se defensiva e transforma-se em utopia.
Ilustrações de traço a preto e branco contrastando com a  cor do texto, visível nas guardas e na capa do livro evidenciando um caminho onde se desenrola o absurdo das guerras.  
Porque tudo começa com a paz, mas tendencialmente essa busca leva ao conflito constante do ser humano. Uma obra excelente para apelar às consciências e ao espírito critico.

Elvira Cristina Silva

in: Newsletter nº 98 da Pro Inclusão (maio 2016) . pág. 12 


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Todos os Escritores do Mundo Têm a Cabeça Cheia de Piolhos

Por aqui há comichão à brava. Efeitos secundários, claro está!
Neste livro entra-se num mundo mágico, os conhecedores das ilustrações de Rita Correia reconhecerão o piscar de olhos à anterior colaboração de um livro com o mesmo autor (Vaidosa, Raposa, Gulosa) logo nas guardas iniciais onde em conjunto se encontram personagens de diferentes histórias. Um apelativo convite para o que nos espera. Um balão em forma de maçã desloca-se nas páginas iniciais aguçando o apetite para a leitura e para um olhar atento à ilustração. Entramos na história que já percebemos pelo título (Todos os Escritores do Mundo Têm a Cabeça Cheia de Piolhos). É verdade uma noticia, espalha-se assim facilmente, acontecimento típico de quem ouve os meios de comunicação sem contextualizar. 
Como na realidade dos nossos dias frenéticos, o prurido alastra-se causando o caos e o alarmismo entre os demais. 
Claro que os personagens, tanto dos livros para crianças como para os crescidos, não falavam de outra coisa e não faltou o uso de champô a outras medidas drásticas de intervenção, tudo porque se espalha o boato. Mas como não havia quem desse atenção ao escritor, que tentava explicar o contexto do que disse, as sábias personagens dos livros para crianças decidiram tomar uma medida e é desse modo que surge este livro.
Confusos? Comichão na cabeça?
É bom sinal, significa que há por aí ideias boas, quem sabe: (...) "personagens novas a quererem sair" para uma história ainda não escrita.(cit adap. pág 27)
Em jeito de parábola o texto é altamente contagiante, provocando a comichão constante. A ilustração, também revela o seu sentido figurado, oferece camadas de leitura, alargam o rumo do texto e espicaçam o olhar atento para a dimensão criativa da narrativa. Os pormenores são imensos. Referências literárias e gráficas perspicazes e com sentido de humor.
Uma tesoura que acompanha a ilustradora na utilização de colagens evidencia a técnica predominante utilizada com uma cuidada coerência na escolha de materiais gráficos, evidenciando até no lettering escolhido, toda uma uniformidade gráfica desta obra.
A guarda final permite-nos ainda uma opção de saída/entrada numa circularidade narrativa. Conta ainda, muito honradamente, a par da biografia do autor e inesperadamente, ao contrário de raras boas excepções, com espaço  também para a biografia da ilustradora que muito sabiamente usou os seus piolhos na ilustração deste livro. Sim, porque tal como os escritores, também os ilustradores têm a cabeça cheia de piolhos. 

Elvira Cristina Silva

in: Newsletter nº 98 Pró-Inclusão ( maio 2016) pág. 11

quarta-feira, 11 de maio de 2016

terça-feira, 10 de maio de 2016

Elvira & Cª "A última das Guerras" 9 de abril 2016

No passado dia 9 de abril, dia do Combatente, Elvira & Cª esteve na Casa do Coreto. Assinalando o 98º aniversário da Batalha de La Lys, no Centenário da I GG, para que a memória prevaleça apresentámos: 
"A última das Guerras". 
Foi muito bom a presença de todos e agradecemos aos amigos Otília, Antonio António Augusto Silva, à Lina e ao João Ricardo, as lindas flores que ofereceram à Companhia. 
Um abraço aos amigos que estão sempre presentes e dão alento ao nosso projeto. Um agradecimento à Casa do Coreto na pessoa da Maria João Trindade e da Ana Enes que nos acolhem tão bem e tornam o nosso espectáculo ainda mais deslumbrante com o seu apoio na luz. Obrigada a todos. 
Fotos de Raquel Pereira Reis - também a esta o nosso muito Obrigada.

Aqui fica o registo para a prosperidade